PESSOA INDECISA?


Um leitor me escreveu: “Gostaria muito que me desse algumas dicas suas, informações que podem me ajudar a decidir que caminho é o melhor para mim. Sei que é difícil do seu ponto dizer algo concreto, mas qualquer comentário que vier de você, será muito meritório para mim. (...) Sou uma pessoa muito indecisa, como já lhe falei. Tenho planos e idéias que me fazem mais feliz, quando de repente no outro dia ou na outra semana mudo de idéia e fico deprimido pelo fato de não ter objetivos. Aguardo feliz e ansiosamente seu sincero retorno. E agradeço por investir seu tempo lendo e respondendo-me este”.
Caro leitor, tenho pouquíssimos dados e você inclusive reconhece o quanto é difícil dar dicas dentro deste contexto subjetivo, mas vou levantar alguns pontos para você pensar: seus planos e idéias o fazem feliz a princípio; a dificuldade está em executá-los? Você pode inconscientemente confundir-se (e aí se percebe indeciso), para não seguir adiante; talvez uma briga interna o leve a desistir dos objetivos que a princípio estabeleceu. Agradar-se pode significar desagradar a outrem. Encontre a harmonia dentro de si, conciliando sua motivação, desejos, razão e seus valores. Assim você conseguirá dar crédito e sustentar suas decisões. E desista de agradar as pessoas. Agrade a si e todos aqueles que o amam ficarão felizes porque você está feliz.
Faça um levantamento de todas as alternativas, procure caminhos que estão entre o tudo e o nada. A indecisão também pode ocorrer por ausência de dados suficientes. Vá buscá-los. Algumas idéias precisam de tempo para amadurecer e se transformarem em decisões. Identifico um grande objetivo no seu relato: procurar um caminho! Muitos não se preocupam com isso. Pense na sua felicidade e bem estar; seus objetivos começarão a surgir. Comece pelas coisas triviais e amplie aos poucos, permitindo-se avançar conforme se sentir confortável.
Você já ouviu Antonio Lúcio Vivaldi tocar violino? Ouça As Quatro Estações, uma das obras mais executadas no mundo inteiro até hoje. Sem temer críticas, este músico inovou na sua época. A coragem em romper as regras vigentes em Veneza, Itália, no final do século 17 e início do século 18, levou-no a compor músicas que fizeram dele um dos maiores talentos do período barroco. Na vida pessoal, a mesma ousadia o levou a escandalizar a sociedade conservadora. Aos 25 anos, abandonou a batina um ano depois de ter se tornado padre para dedicar-se à música. Seu pai o introduziu na música e o induziu a estudar Teologia. Veja que ele teve ousadia para desobedecer parcialmente o pai, seguindo seus objetivos próprios.
Boa sorte e obrigada pela oportunidade que me deu de investir meu tempo procurando ajudar você. Este é um dos meus objetivos!

Kátia Ricardi de Abreu, Psicóloga clínica e organizacional, graduada pela PUCCAMP, consultora de empresas, palestrante e escritora