AS FACES DO AMOR

Maria Helena Matarazzo, sexóloga e socióloga especializada em terapia de casais, diz que o amor envolve quatro componentes: a atração sexual, o romantismo, o altruísmo e o companheirismo.
A atração sexual acontece intensamente no início de uma relação a dois e é um componente supervalorizado, de tal forma que muitos se atolam por aí, não caminham adiante. Atração e desejo, fantasia e excitação apenas, não mantém um relacionamento por muito tempo, embora não possam deixar de existir e haja criatividade para que isso aconteça! A idealização do outro é característica no início do relacionamento. As Cinderelas precisam ficar espertas para não caírem do cavalo branco. Não existe homem perfeito e muito menos mulher perfeita.
O romantismo, próximo passo para quem se permitiu avançar na escala de comprometimento emocional consigo e com o outro, é o componente que marca na história de todo casal. O namoro é a fase onde as pessoas mostram o que elas têm de melhor, reservam tempo e espaço para a troca de carinhos e revelação constante do encantamento. Conservar este componente sempre vivo é a água que rega a plantinha, ou seja, é o que sustenta a relação. Quando recebo um casal no meu consultório, com conflitos no relacionamento, geralmente constato que o namoro deixou de existir em algum momento; resta saber se ambos querem ou não resgatá-lo e a mediação para limpar as mágoas e ressentimentos ajuda a fazer este resgate.
O altruísmo é um componente que ocorre quando colocamos o ser amado em primeiro plano. No entanto, o lado altruísta do amor não pode permanecer em cena o tempo todo, pois pensar no outro em primeiro lugar sempre, é sinal de baixa auto-estima. Da mesma forma, os egocêntricos que esperam do parceiro as demonstrações altruístas como prova de amor, acabam desgastando a relação com cobranças freqüentes.
Finalmente, o companheirismo, que é aquela deliciosa vontade de ficar perto, de fazer as coisas com ou ao lado de (o que não significa viver grudado no outro),é a amizade que fortalece o relacionamento e serve de sustentação para os momentos difíceis. Se o amor companheiro não predominar na união, esta não sobreviverá ou existirá sem a plenitude que um relacionamento pode oferecer.
Amar é a mais arriscada e mais compensadora forma de relacionamento a dois, segundo Eric Berne. Exige investimento emocional e isso é para quem pode! Antônio Pedreira, médico analista transacional diz que 5% dos casais atingem a plenitude do amor. Se você não chegou até aí, reflita! Saber qual é a parcela de cada um é o fio da meada para recomeçar. O amor está no ar! Sintonize-se e permita-se vivê-lo com a qualidade que você merece!

Kátia Ricardi de Abreu, Psicóloga clínica e organizacional, graduada pela PUCCAMP, consultora de empresas, palestrante e escritora